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sexta-feira, maio 27, 2016

Precisamos Falar Sobre Estupro

No Brasil convivemos numa sociedade bastante machista e que ao meu ver me deixa claro que a mulher, por sua vez, não consegue deixar de ser vista ou como um objeto de acesso fácil para sexo ou até mesmo um ser frágil e delicado que se encostar, irá quebrar. Certo, mulher querer sexo é uma coisa, agora mulher ser obrigada a fazer algo que não quer é uma coisa completamente diferente. Para aqueles que não sabem, esta semana (E eu espero de verdade que continue sendo divulgado e falado por muitas e muitas vezes sobre o assunto), uma garota foi estuprada não por um, não por dois, não por três, não por cinco e não por dez, mas por trinta e três homens. Trinta e três!
Hoje eu escrevo este texto como forma de expressar a minha verdadeira revolta quanto ao ocorrido em meu país. Nos revoltamos tanto que muitas vezes nos faltam palavras para expressar, então por isso eu consegui chorar muito antes, consegui ficar indignada, consegui entender o porquê eu estudo e faço o que faço em Relações Internacionais.Consegui entender mais a fundo o papel da ONU Mulheres. Consegui entender a preocupação de minha mãe, que mesmo minha pessoa tendo 23 anos, ela ainda me espera acordada no sofá, até se eu chegar às 4 horas da manhã. Agora sim, entendo, nada do que nossas mães e familiares fazem é para nos machucar.
Não foi apenas uma moça machucada, foram e de todas elas eu vi um mar de lágrimas demonstrar o que é que estamos passando atualmente. Não foi apenas um homem, foram trinta e três. Eu não sei o que mais me machuca e o que me deixa cada vez mais perdida perante ao mundo em que vivemos. Parem de culpar os familiares destes crápulas, as escolas onde eles estudaram, o que os tornou assim foi como estes se inseriram e como viam uma mulher específica, ponto foco, para um estupro.
Quantas vezes você viu a sua namorada andar na rua, ou a sua mãe, ou ver alguma mulher passando em sua frente e "sem querer" você ouve um cara a chamando de "gostosa", "lá em casa eu faço um arregaço", "Oi moça, tudo bom?". Mas espere um pouquinho aí, só você pode chamar sua namorada, por exemplo de gostosa, só você pode chamar a sua mãe de linda e aí quando percebe esta se colocando no lugar delas e finalmente nota que se você fosse mulher passaria pela mesma situação. Parece tão mais fácil quando somos apenas nós mesmos em nosso próprio corpo. Mas quando nos colocamos no lugar do outro, tudo é bem mais complexo do que o imaginado.
O texto de hoje pode não ser tão impactante, mas deixa claro que mulher não é objeto, ninguém quer ser feita assim. Mulher gosta de beijo, abraço, beijo na testa, sexo ser for aprovado por ambos lados, risadas, gratidão e principalmente respeito. O que eu peço hoje é que não passem mais uma vez seus olhos e finjam que nada esta acontecendo, porque esta. Não leiam estes textos de qualquer jeito, não abandonem a luta e a causa de salvar mulheres que sofrem todos os dias desta forma. Estou cansada de andar na rua e tentarem puxar conversa, me chamarem de "gostosa", ou de falar que "fariam um arregaço comigo em casa". Eu não sou objeto. Ela não é objeto. A amiga dela não é objeto. A mãe dela não é objeto. Elas não são objetos. Nós não somos objetos. Que a partir de hoje fique claro que esta luta não é de poucos são de todas. Mexeu com uma, mexeu com o resto da família.

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