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quarta-feira, março 23, 2016

Stone Cold

Na calada da noite eu me peguei pensando em tudo o que passei durante estes Ășltimos dias, mas principalmente da falta que me faz alguĂ©m que nem fazer tanta parte da minha vida fez e ainda assim foi causa de algumas dores minhas sem ele ter tido total culpa de eu ter criado tantas expectativas por conta de algo que nunca aconteceria. Eu me peguei lembrando do quanto eu dava risada de poucas besteiras que trocamos no telefone e do silĂȘncio mantido depois que tudo começou a ficar estranho entre nĂłs dois.
Que pena que nada deu certo, porque na verdade tinha tudo para ser extremamente correto, mas por alguma razĂŁo eu exagerei naquela Ășltima dose de ĂĄlcool que coloquei, achando que o fogo realmente poderia ser controlado, mas no final acabou sendo tĂŁo auto destrutivo, que olha o resultado ao qual nos encontramos. Pessoas que mal trocam olhares, gente que finge que nada aconteceu. Ou pelo menos eu finjo muito bem. Agora estou eu aqui, entre uma caneca de chĂĄ e outra e pensando: "SerĂĄ que em algum momento eu consigo acertar em alguma coisa?"
Eu poderia estar sentada e chorando como se o mundo estivesse caindo aos pedaços, mas a verdade Ă© que nĂŁo estou preocupada com o que irĂĄ acontecer amanhĂŁ com vocĂȘ, nĂŁo tenho vontade de saber se entre essas festas as quais tanto vai, beija bocas e declara amores como se fosse algo tĂŁo comum e delicioso, sendo que na verdade era pra ser algo espetacular e mais do que sensacional. Eu sei que deve ter feito isso e ter usado as mesmas palavras que usou comigo.
Pensando bem, acho que eu nĂŁo devo sentir tanta falta assim de vocĂȘ, acho que o que sinto mesmo Ă© aquela vontade de dar risadas pĂłs aquela noite surreal e engraçada. Eu sĂł queria ir no restaurante japonĂȘs com meu melhor amigo e acabei que quase desmaiei de sono nos braços do amigo dele, dando risadas e me lembrando do poema em que me mostrou (NĂŁo sei o porquĂȘ de tĂȘ-lo me mostrado, mas eu o guardarei com muito carinho e com todo o amor do mundo, no peito, porque ele merece esse espaço, coisa que vocĂȘ ainda nĂŁo conseguiu em total capacidade). DĂĄ saudades de lembrar que na verdade quem levantou fui eu, me arrumei porque jĂĄ eram 5 da manhĂŁ e minha mĂŁe devia estar acordada me esperando. - "Tem um papel?" - perguntei na expectativa de nĂŁo dizet - "Ah, agora eu nĂŁo tenho, mas eu pego depois com ele (nosso amigo)" - ao invĂ©s disso, vocĂȘ pegou aquele envelope rasgado do banco onde seu cartĂŁo de crĂ©dito tinha acabado de chegar e me entregou. Peguei a caneta, anotei meu nĂșmero e meu apelido. - "VocĂȘ ta brincando que vai colocar teu nome, nĂ©?" - perguntou debochado. Sorri e respondi que "eu prefiro que me chamem pelo apelido" e desde entĂŁo vocĂȘ sĂł me chamou por ele.
Uma pena que nada tenha dado certo, mas nĂŁo se esqueça que quando me dizia que nĂŁo estava tendo tempo para nada, que nĂŁo queria nada sĂ©rio, que o problema nĂŁo era comigo e nem com as outras, eu sabia que o ponto vinha de vocĂȘ prĂłprio. E nisso eu nada podia fazer. Mas ainda me lembro do Ășltimo dia que te vi e ficou me perseguindo para entender o que eu tinha. Se eu tivesse te contado metade do que me aconteceu, provavelmente eu nĂŁo teria ficado como fiquei e muito menos teria dado uma de mulher louca e que queria atenção. A verdade Ă© que eu fui essa pessoa quando tive 15 anos e depois sumiu, mas contigo voltou. Eu nĂŁo sei se temo isto acontecer novamente, mas eu temo, acimo de tudo que eu nunca mais tenha a chance de poder te conhecer de verdade.
Eu deveria ter te ouvido e sĂł hoje percebo que o erro tambĂ©m veio de minha parte. Eu te mandei aquela mensagem algumas semanas atrĂĄs, tentando no mĂ­nimo amizade, mas vocĂȘ sĂł leu e me mandou para o canto como se eu nada tivesse sido um dia. - Por favor, finge que nĂŁo me conhece se me ver por aĂ­. Passe reto, faça qualquer coisa, mas nĂŁo venha ao meu encontro./ - Eu nĂŁo posso fazer isso! NĂŁo Ă© assim que as coisas funcionam! VocĂȘ sabe bem disso! - quem diria que a frase final foi vocĂȘ quem disse e nĂŁo eu. Mas na verdade, eu preferiria mesmo uma troca de olhares e sorrir seguindo sempre em frente.
Dizem que o maior erro do ser humano é levar a carga do passado consigo própria todos os dias. Eu concordo, mas eu acho muito injusto eu ter de jogar tudo fora como se não tivessem sido importantes para mim. Então eu prefiro escrever tudo em uma folha ou outra para que quando eu abrir e tiver coragem de ler, saiba que eu posso ter errado e posso lembrar que um dia me arrependi do rumo que todas elas tomaram, mas eu sei que no final, futuramente, eu não terei mais este fardo. Eu terei noção que se nada daquilo tivesse ocorrido, eu não seria quem sou hoje e provavelmente a mulher que escreve hoje não seria a mesma de ontem e nem de anteontem, mas a causa de quem ela serå amanhã e depois.
Eu sinto sua falta em devidos aspectos e nada mais me comove siante de todas as histĂłrias ou palavras divididas do seu antigo amor, porque a verdade Ă© que ninguĂ©m deixa de amar para sempre e um dia vocĂȘ vai ser feliz, sendo com outra ou sendo trombando por aĂ­, mas se um dia me olhar nos olhos, que seja para entender o tipo de histĂłria que te passou e como eu tambĂ©m te ensinei. Que eu sinto sim sua falta como pessoa, com suas risadas, mesmos com todas as putarias que falamos por entre lençóis, mas no final... No final, meu caro amigo, nĂŁo somos mais do que nada mais e nada menos do que dois simples mortais que vĂŁo continuar errando e acertando.
Um dia eu sei que vocĂȘ pode sentir falta, mas talvez nĂŁo. Talvez uma hora eu esqueça tudo isso, mas hoje eu sĂł quis escrever para desabafar mais um pouco ao invĂ©s de terminar a taça de vinho daquela garrafa espanhola. Eu prefiro mil vezes essa minha boa Ășltima taça de vinho banhada ao ĂĄlcool maravilhoso e a plena felicidade de viver do que me lembrar do que aconteceu, mas eu jĂĄ fiz isso, e provavelmente farei daqui mais algum tempo.
Meu amigo esta certo: - Por que sempre gostamos das coisas difĂ­ceis? - se eu soubesse e tivesse resposta, eu nĂŁo estaria bebendo e sim me acertando contigo. Mas vocĂȘ esta correto: - NĂŁo tem culpa de ter caĂ­do em cabeça nisso tudo. Eu nĂŁo preciso te perdoar por sentir - mas eu preciso me perdoar, acima de tudo. Eu sei que nĂŁo lerĂĄ isso, mas se um dia chegar a pegar e ter curiosidade de saber o quanto Ă© horroroso ter essa sensação de vazio, porque dava pra dar certo... Porque dava para ter sido sĂł amigos, mas vocĂȘ preferiu aumentar o volume daquela velha mĂșsica que jĂĄ se transformou em grandiosidade para mim, que as lĂĄgrimas se abafariam ao telefone diante de tudo o que me falou. Infelizmente a vida tem de seguir. AliĂĄs, nĂŁo, felizmente ela tem de seguir. Se vocĂȘ vai voltar e fazer parte dos prĂłximos capĂ­tulos dessa minha histĂłria contorcida, eu nĂŁo sei, mas sei que sou feliz com ela e com gente que me aceita como sou, pena que vocĂȘ nĂŁo entendeu que minha loucura real Ă© na verdade compatĂ­vel de quem realmente me ama e me considera querida, coisa que vocĂȘ ainda nĂŁo aprendeu. Mas prefiro que afogue suas mĂĄgoas e sua vida caĂłtica em outro lugar. Quando arrumar tudo e ver o que aconteceu com as pessoas que perdeu ou afetou, se algum dia sentir falta, procure, pode se surpreender. Sinto sua falta e daria tudo para poder sĂł deitar aĂ­ e falar do meu dia... SĂł isso. Mas hoje nĂŁo, hoje eu prefiro meu vinho e uma boa risada com meus amigos, coisa que eu estou deixando para trĂĄs para terminar de escrever este texto longo que nem pensei que chegaria a superar tanto assim. Que vida caĂłtica, complexada, mas tĂŁo minha, nĂŁo Ă© mesmo?

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