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quarta-feira, agosto 05, 2015

Almost A Lie

Hoje eu tive uma notícia deliciosa. Uma amiga minha teve seu primeiro filho. É a coisa mais deliciosa quando você vê que a vida com certas amizades e aqueles segredinhos e as vontades a serem realizadas conseguem realmente acontecer. Hoje eu tive uma bela conversa com meu namorado e contei a ele sobre esta minha amiga.
Como a vida passa rápido. Mas a sensação que eu tive hoje foi de querer fazer um desabafo. Sabe, quando você é uma mulher, a merda do relógio toca toda hora. Não esse relógio biológico, eu estou falando daquele que chega a te encarar todos os dias de manhã e dizer: "Você precisa fazer algo da sua vida".
Eu tenho às vezes aquela preguiça de levantar da cama, ter de me arrumar, ir para a faculdade e encarar as mesmas aulas sempre. Mas eu vejo que se eu quero seguir o meu futuro de verdade, terei de fazer tudo bem a risca. Jogar muitas coisas na mesa e traçar rotas significativas para mim. Sei apenas que só percebi o quanto minha vida é curta quando eu vi aquele lindo bebê e seu rosto estampado em uma rede social.
A felicidade de algumas pessoas me deixam invejada, não sei, acho que talvez seja apenas a vontade de possuir tudo isso em breve. Eu vivo falando para minha mãe que eu quero sair o mais rápido possível de casa, que não vou casar porque os homens me machucam sempre e que não terei filhos porque eu não presto pra ser mãe, não tenho estrutura emocional para isso. Aquilo crava muito forte no peito de minha mãe e hoje eu entendo o porque muitas vezes ela chorou.
Eu entro em pânico às vezes e fico pensando se eu vou conseguir traçar toda a minha trajetória. Meu Deus como eu faço tantas coisas. Faço faculdade, trabalho como professora, faço parte da AIESEC, estudo feito louca, faço aula de mandarim, academia e afins. Não sei como eu ainda consigo arrumar tempo para respirar e tomar uma cerveja com minha amigas e jogar conversa fora entre tantas comidas mexicanas.
Minha avó vive me perguntando: "Você pensa em criar uma família?", eu logo de cara respondo a bendita frase automática: "Não pretendo. Não quero. Não combina comigo. Eu sou literalmente uma raposa que prefere andar sozinha do que ter que dar satisfação". Minha avó fica triste. Minha mãe também, mas meu avô vive me dizendo: "Seu futuro não será assim".
Eu preferia mil vezes ficar sozinha e sumir um pouco do mapa do que ter que ficar cumprindo tantas tarefas e tantas coisas, mas ao invés disso eu tive a surpresa de conseguir um namorado, falar com ele sobre coisas que eu não falo desde meus 13 anos de idade (não estou brincando, estou falando sério) e hoje eu tive a certeza que minha vida é uma coisa tão moldada que eu me esqueci um pouco sobre o que são as etapas verdadeiras da minha vida.
Se eu quero ter filhos? Hoje eu tenho uma certa clareza que sim. Se eu quero ter um ótimo emprego? Eu luto todos os dias por isso. Se eu quero ter uma família? Uma casa? Algo a mais? Eu pretendo responder sim para todas, mas parece meio seco vindo somente este lado. Eu acho que meu namorado esta certo: "A sua amiga cumpriu uma etapa da vida e isso sempre faz a gente refletir". O caso é, pra mim pesou mil veze mais. A sensação de estar distantes de certas coisas é muito clara pra mim.
Talvez não me faça muito bem pensar nisso agora e pretendo continuar um pouco cega do que pensar se eu realmente vou ter tempo de traçar todas essas rotas. Eu não pensava em filhos até antes, nem em família e sinceramente eu continuo tendo tanto medo disso que nem sei se vai acontecer mesmo, até porque a vida pode ser muito traiçoeira quando quer. Às vezes refletir demais na vida pode caçar um pouco as costas e a única coisa que eu quero fazer neste momento é chorar e chorar e chorar mais um pouco até passar.
Não é TPM, disso eu sei porque ainda não estou em meu período. Mas acho que é angústia, aflição, medo e decepção em muitos aspectos de minha vida. Foi por conta da foto de uma linda criança que eu percebi o quanto a vida é curta e o quanto eu realmente quero traçar objetivos que pra mim ainda são crus porque sinceramente a família ideal não existe, nem emprego ideal, nem nada. Eu acho que eu às vezes me desiludo tanto do que me passa na vida, que minha cabeça um dia diz: "Desiste".
Como me cansa ter que ficar esperando que tudo aconteça. Às vezes eu gostaria apenas de acordar já com um diploma, emprego na mão, casada com quem realmente vá me fazer feliz, com filhos e pronto. É tão difícil você ver pessoas cumprindo certas etapas e perceber que você esta muito longe dos seus objetivos. Será que eu me desespero agora ou será que é melhor eu dormir e esperar o dia de amanhã?

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